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sexta-feira, 22 de julho de 2011
LOBBY: PARA QUE PENSAR NISSO?
A cada novo escândalo, uma profissão vai para a berlinda, como no jogo de crianças. Ora o jornalista fulano de tal, ou o publicitário beltrano, o lobista sicrano ou o advogado, como se o ofício do suspeito fosse a etiqueta de identificação de propensão para o delito, sempre a se provar nas instâncias competentes.
O Brasil é terreno fértil em escândalos, em que um sucede o outro em intervalos curtíssimos, o que dá a impressão de que a cada dia uma nova e triste descoberta é feita para nossa vergonha e indignação. Talvez não seja uma característica do povo, mas um defeito de origem. Logo, é corrigível, a depender de determinação e da pressão do povo sobre quem tem as rédeas nas mãos.
Ora, essa pressão do povo tem nome, rituais, técnicas. Chama-se lobby, palavra de origem inglesa que traduz a representação política de interesses legítimos em nome e em benefício de clientes identificáveis. O lobby é, portanto, instrumento útil para o aprimoramento da qualidade das decisões políticas, ao explicitar o ponto de vista de diferentes atores sociais para o processo decisório. Como é uma atividade profissional exercida sem qualquer regulamentação, tem servido a interesses impublicáveis.
É claro que a regulamentação da atividade de lobby, bandeira levantada há mais de 20 anos pela Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, não será suficiente para acabar com práticas ilícitas, imorais e antiéticas, mas as isolará como parte do conjunto de medidas a serem tomadas para corrigir aquele defeito de uso… Trabalhamos para abrir o leque do pensar sobre a questão do Lobby no Brasil, trazer para o debate público, amplo, democrático, a regulamentação desta atividade, de maneira a identificar quem representa quem, quais os interesses em jogo no processo de formação das políticas públicas e se existe abuso do poder econômico.
Nos Estados Unidos a atividade é regulamentada desde 1946. Na América Latina têm-se exemplos de Leis de Lobby na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru. No Brasil são seis os projetos parados No Congresso. Um deles, do Senador Marco Maciel, desde 1989.
É preciso saber que, apesar da má fama, não existe lobby do bem ou do mal e são três as atividades exercidas em conjunto com técnicas de relações institucionais ou relações públicas: as ações iniciadas por um indivíduo ou um grupo para influenciar a opinião de um representante ou setor do governo em prol de apoio para sua causa, o Lobby; a construção de uma estratégia de argumentação com o objetivo de defender uma causa, a Advocacy; o processo de gerenciamento de ações estratégicas com o intuito de influenciar políticas públicas, as Relações Governamentais. Fora isso, é tráfico de influência, advocacia administrativa e intermediação de negócios entre o setor privado e o setor público, a ser analisado no mérito de legalidade.
A Aberje, ao completar 40 anos de vida, é uma das principais responsáveis pela criação de uma nova profissão, a Comunicação Empresarial, cuja essência pluralista do comunicador chamamos de ”mestiçagem”, pelo entendimento da necessidade da multiplicidade na formação e nas funções do profissional. Ao chegar a essa idade, experiente e madura, a congregar as mais importantes organizações no Brasil e sem se distanciar dos eixos que lhes são sagrados: a Comunicação das empresas e instituições, a Educação, a Memória Empresarial, a Gestão do Conhecimento, assume uma atitude mais próxima e mais ativa na condução de uma agenda pública, e estar presente e atuante no debate das grandes questões nacionais, como reflexo do novo perfil da comunicação empresarial.
Assim, além de combater, por princípio, o corporativismo, como sempre fizemos, continuaremos a estimular a visão de convergência, de soma, livre de carimbos normatizadores, a bem dos interesses dos associados, da liberdade e da democracia brasileira.
FONTE: http://www.ifd.com.br/blog/publicidade-e-propaganda/lobby-para-que-pensar-nisso
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